As vendas do insumo no Brasil em janeiro totalizaram 4,8 milhões de toneladas, uma queda de 2,4% em relação ao mesmo mês de 2023 e uma alta de 5,9% frente a dezembro último, de acordo com o SNIC (Sindicato Nacional da Indústria de Cimento).
Por dia útil, que considera o número de dias trabalhados e tem forte influência no consumo, a comercialização de cimento foi de 198,6 mil toneladas no mês de janeiro e, representa uma retração de 2,1%, comparado ao mesmo mês do ano anterior e de 0,6% em relação a dezembro de 2023.
Ainda que as vendas de janeiro do ano passado registrassem uma base forte, o resultado de agora sinaliza que o fraco desempenho em 2023 persiste no início de 2024.
O setor segue impactado pelos juros e o endividamento elevados que exercem pressão na situação financeira e no consumo das famílias, contribuindo, inclusive, para a queda na confiança do consumidor no mês de janeiro. Este índice registrou o menor nível desde maio de 2023, dando continuidade à tendência de desaceleração iniciada em setembro. O resultado é motivado pela piora da situação atual do consumidor com a queda na renda e poder de compra e das expectativas negativas para os próximos meses, disseminada em todas as faixas, com exceção da mais alta.
Apesar do controle da inflação e da resiliência do mercado de trabalho, houve um aumento da informalidade e, o salário dos trabalhadores ainda permanece numa recuperação lenta, com valores reais estagnados há quatro anos.
O mercado da construção continua em queda, tanto na venda de materiais, quanto no número de lançamentos imobiliários. No entanto, o índice de confiança do setor manteve-se relativamente estável. O segmento de infraestrutura ficou menos otimista, enquanto o de edificação residencial mostrou uma maior confiança, impulsionado, principalmente pelas boas perspectivas com o programa MCMV (Minha Casa, Minha Vida).
Há uma efetiva movimentação da equipe governamental para acelerar as contratações do MCMV e impulsionar o programa. De qualquer forma, o reflexo dessas mudanças deve ser sentido na demanda de cimento e de materiais de construção apenas no segundo semestre.
Ainda que o cenário do ano seja incerto, a indústria do cimento segue otimista com a retomada dos investimentos em infraestrutura e com a possibilidade de elevar a presença do cimento e do pavimento de concreto como opção nas licitações de ruas, estradas e rodovias. Fatores como esses levam a uma projeção de crescimento de consumo do produto estimada em 2% para este ano, um acréscimo aproximado de 1,2 milhão de toneladas.
“A expectativa para 2024 é positiva, com crescimento esperado de 2%, longe ainda de recuperarmos as perdas acumuladas de 4,3% em 2022 e 2023. O aumento da massa salarial e do crédito, em razão da continuidade da redução dos juros, o programa “Desenrola”, MCMV e o Marco Legal das Garantias de Empréstimos, deverão impulsionar a atividade da construção e uma melhor performance da indústria do cimento”, diz Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC.
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