A Páscoa é uma das datas comemorativas mais importantes para os brasileiros e deve movimentar o comércio este ano. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offer Wise Pesquisas, mostra que cerca de 109,2 milhões de brasileiros devem realizar compras para a Páscoa em 2022.
De acordo com a sondagem, 64% dos consumidores pretendem comprar presentes e chocolates para a data este ano. Desses, 47% pretendem comprar a mesma quantidade de produtos este ano em relação ao ano passado, 37% pretendem comprar mais produtos e 10% comprar menos produtos, uma redução de 5 pontos percentuais em relação a 2021. O valor do tíquete médio será de R$ 215,33.
Para os que esperam ter um aumento de gastos este ano (41%), a principal justificativa está relacionada ao aumento dos preços. 47% dos entrevistados dizem que os preços estão mais caros, 43% que comprarão mais produtos, e 28% citam o pagamento facilitado em várias parcelas.
Em média, a expectativa é de que os consumidores comprem em torno de cinco produtos, entre ovos e barras de chocolate. Os principais presenteados serão os filhos (54%), os cônjuges (42%), a mãe (38%) e os sobrinhos (33%). Já 26% vão presentear a si próprios.
“Mesmo que a economia venha se recuperando de forma mais lenta do que o esperado, as vendas nesta Páscoa podem aquecer o varejo. Este é o momento de o setor investir em promoções para atrair os consumidores, de olho naqueles que pretendem comprar mais e, sobretudo, nos que ainda não se decidiram”, avalia o presidente da CNDL, José César da Costa.
83% farão pesquisa de preço. Bombons e caixas de bombons são preferências de 47%
O estudo também mostrou que maioria (83%) dos compradores pretende fazer pesquisa de preço antes de levar os ovos ou demais produtos para casa, sendo que os locais preferidos serão os supermercados (66%), 48% em sites ou aplicativos e 37% nas lojas de shopping. Entre os que pesquisam preços na internet, 81% citam os sites e aplicativos de varejistas, 69% os sites de busca, e 33% os sites de comparação de preços.
Os ovos de chocolate industrializados são os preferidos dos consumidores (57%), seguidos pelos bombons/caixas de chocolate industrializados (47%), ovos caseiros artesanais (39%), e bombons e barras de chocolate caseiros/artesanais (33%).
Considerando os que querem comprar barras de chocolate e/ou bombons, 63% acreditam que o importante é celebrar, independente da forma do chocolate e 28% preferem por ser mais barato.
“O consumidor brasileiro já aprendeu que a variação de preços dos chocolates na Páscoa é enorme, então, ir às compras na primeira loja que aparece é um erro grave. O ideal é se planejar com antecedência, usar a internet para pesquisar e só tomar decisões depois de ter visto os preços praticados em vários estabelecimentos”, avalia Costa.
Maioria deve pagar em dinheiro. Supermercados serão os principais locais de compra
O pagamento à vista será a forma de pagamento mais usada na Páscoa deste ano, seja em dinheiro (46%) ou no débito (38%). Outros 34% pagarão no cartão de crédito parcelado. Entre os que pretendem parcelar as compras, a média será de 4 prestações.
Os principais locais de compra dos produtos para a Páscoa serão: supermercados (56%), lojas de grandes varejistas (45%) e lojas especializadas em chocolate (42%). De acordo com os consumidores, 75% têm intenção de comprar em lojas físicas, seja de rua (51%) ou de shopping (50%), enquanto 59% pretendem comprar pela internet, principalmente nos sites (28%) e no Whatsapp (25%).
Os fatores que mais influenciam a escolha do local de compra são: o preço (46%), a qualidade dos produtos (40%) e as promoções e os descontos (37%).
Apesar de já saberem onde farão suas compras, a maior parte das pessoas não parece estar disposta a agir com antecedência: 49% pretendem fazer as compras na semana anterior à Páscoa e 37% na primeira semana de abril.
Considerando o local de celebração, 61% pretendem comemorar em casa (com queda de 8 pontos percentuais em comparação a 2021), 15% na casa dos pais (sobretudo os mais jovens) e 14% na casa de outros parentes (com aumento de 7 pontos percentuais em relação 2021).
30% devem participar de “amigo-secreto” na Páscoa
Uma prática cada vez mais comum é o “amigo-chocolate”. Este ano, 30% das pessoas ouvidas pretendem participar da brincadeira (um aumento de 6 pontos percentuais em relação ao ano passado), principalmente porque gostam de eventos sociais (17%) e por considerar que essa é uma boa forma de presentear gastando menos (9%).
Dentre os que pretendem participar de amigo-chocolate de Páscoa, a média é de 4 participações com um gasto médio de R$ 60,26 por presente. Considerando o ambiente e as pessoas com as quais a brincadeira será feita, 77% pretendem fazer o amigo secreto de Páscoa com familiares, 49% com amigos e 26% com colegas de trabalho.
“A brincadeira pode ser uma ótima opção para gastar menos. Ao invés de ter de comprar ovos para várias pessoas, o amigo-chocolate permite que os gastos fiquem concentrados em um único membro da família. Ao mesmo tempo, ninguém fica sem presente. O importante é ficar atento e não participar de muitos eventos e assim extrapolar o orçamento”, indica o presidente da CNDL.
30% dos que pretendem comprar chocolates e presentes possuem contas em atraso
Ainda que evitar comprar presentes em datas comemorativas possa ser uma alternativa para economizar e colocar o orçamento em ordem, para parte dos entrevistados, essa não é escolha: 30% dos que pretendem comprar chocolates e presentes possuem contas em atraso, sendo que 62% destes estão com o nome sujo.
Outro dado que inspira preocupação e denuncia o comportamento imprudente de alguns consumidores é que 25% dos que vão fazer compras na data este ano admitem que costumam gastar mais do que suas finanças permitem para presentearem na Páscoa e 8% até deixarão de pagar alguma conta para comprar chocolates ou produtos neste ano.
“Como qualquer outra data comemorativa, a Páscoa está sujeita a todos os mecanismos do marketing e da propaganda para estimular o consumo, então as pessoas acabam, muitas vezes, cedendo ao consumismo e exagerando nos gastos”, afirma Costa. “Se o consumidor está preparado, se ele reservou uma quantia para gastar na Páscoa, tudo bem, desde que isso não o impeça de cumprir compromissos financeiros mais importantes, assim como guardar dinheiro para imprevistos. O que não é recomendável é fazer dívidas ou deixar de pagar contas, com o intuito de comprar ovos, bombons etc.”, alerta o presidente da CNDL.