O número de consumidores que adquiriu alguma dívida em 2019 foi 12% maior ao registrado no mesmo período de 2018. Dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostram ainda que as empresas também terminaram o ano passado mais endividadas.
O balanço oficial da inadimplência divulgado pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) revelou um dado preocupante. Mesmo com a economia em recuperação e com o aumento da oferta de empregos, o consumidor campinense se preocupou menos em quitar as dívidas ao longo de 2019.
Os números cedidos pelo SPC Brasil com base nos registros obtidos ao longo dos últimos doze meses mostram que durante todo o ano passado, 15.065 consumidores adquiriram alguma nova dívida, número 12% maior que os 12.398 negativados ao longo de 2018.
Na avaliação do presidente da CDL, Artur Bolinha, a compra por impulso continua sendo um dos principais fatores dos consumidores não conseguirem honrar com seus compromissos financeiros em dia. “Quando a compra não é planejada, pode faltar dinheiro para as despesas mensais, e o consumidor tem que buscar um crédito e pagar juros”, diz. O dirigente ressalta ainda que “cabe ao lojista tomar as precauções necessárias para identificar aquele cliente que oferece baixo risco de inadimplência mesmo quando está fazendo uma compra não planejada”.
Inadimplência das empresas também fechou o ano com alta
O aumento da inadimplência não ficou restrito apenas aos consumidores. De acordo com o SPC Brasil, no ano passado 1.983 CNPJ campinenses adquiriram alguma dívida e ficaram com o nome na lista de devedores. Número 11% maior que o registrado em 2018 quando 1.781 empresas se tornaram inadimplentes.
Artur Bolinha explica que o cenário econômico, apesar de estar em processo de recuperação, continua afetando a capacidade de pagamento das empresas, o que dificulta muitas delas a manter os compromissos financeiros em dia. “O faturamento das empresas e a sua capacidade de honrar as contas acabam sendo impactados pela atividade econômica do país, que ainda sofre com os efeitos de uma crise prolongada a qual enfrentamos recentemente e ainda continuamos pagando o preço por ela”, completou.
Campinenses devem mais de R$ 48 milhões ao SPC Brasil
Atualmente existem 32.794 registros pendentes de pessoas físicas e jurídicas com restrições junto ao SPC Brasil (dívidas adquiridas ao longo dos últimos cinco anos). Sendo 29.210 consumidores e 3.854 empresas. O valor ativo das dívidas dos campinenses junto ao órgão de proteção ao crédito é de mais de R$ 48 milhões. Já o ticket médio corresponde a R$1.465,35, por dívida em atraso.
Registros prescritos nos últimos seis meses somam mais de R$ 2 milhões
Pela legislação vigente, quando passa de cinco anos, a dívida caduca, e o nome sai automaticamente dos órgãos de proteção ao crédito. Isso acaba induzindo algumas pessoas a não honrarem com seus compromissos na tentativa de recuperar o crédito após o período na lista de devedores. Somente nos últimos seis meses 2.596 registros de débitos prescreveram em Campina Grande, sendo 2.403 de pessoas físicas e 193 de pessoas jurídicas.
A soma de todos esses registros ultrapassa os R$ 2 milhões. Foram R$ 898.098,35 que deixaram de ser pagos por empresas e R$ 1.584.641,42 que não foram quitados por consumidores. Valor este que deixa de circular na economia local e que causa prejuízos ao credor.