A marcação do ponto, um ritual para muitos trabalhadores, ganha um toque ainda mais especial quando acompanhada de um animal de estimação. No Dia Mundial dos Animais, comemorado em 4 de outubro, é válido comemorar a crescente adoção de políticas pet friendly nas empresas que têm transformado a rotina de trabalho. Essa prática além de humanizar o ambiente corporativo, se mostra uma estratégia eficaz para aumentar o engajamento e a retenção de talentos, contribuindo, significativamente, para a prevenção de casos de depressão e outras doenças.
O forte vínculo criado entre colaboradores e seus pets durante a pandemia causada pelo novo coronavírus inspirou a empresa Foundever a adotar a política pet friendly. Ao permitir a presença de animais de estimação no ambiente de corporativo, a companhia fortalece esse laço e contribui para um ambiente mais humano e acolhedor.
“Ver a interação dos pets no ambiente de trabalho, trazendo alegria para o seu tutor e também para os colegas de trabalho é muito gratificante, já tivemos até visitas de fornecedores com seus pets, porque os visitantes acham incrível uma empresa permitir a entrada de animais. Aqui todos se beneficiam, desde o pet que ficaria sozinho em casa, mas vem trabalhar e permanece com a companhia do seu tutor, até os colegas que brincam com o bichinho, criando um ambiente que contagia a todos”, conta Elen Cruz, gerente de Facilities da empresa, idealizadora do projeto e, também, tutora da Maria Antônia.
A empresa adota uma política inclusiva que permite a presença de pets no ambiente de trabalho. Anteriormente, até mesmo animais exóticos, como ratos, coelhos e cobras, foram permitidos após uma avaliação prévia para garantir a segurança e o bem-estar de todos. A política determina que o pet seja cadastrado previamente com a apresentação da carteirinha de vacinas atualizada, que de fato sejam “friendly”, e que o tutor seja o responsável por coletar seus dejetos e manter o local limpo.
Os dados da pesquisa britânica feita pela ONG internacional Kennel Club Charitable Trust mostraram que 87% dos donos de cães concordam que ter um pet os torna uma versão melhor de si mesmos, aprendendo características como paciência (52%), cuidado (53%) e empatia (33%). O que comprova que os animais de estimação podem contribuir com as habilidades humanas e como essas qualificações, se bem aprimoradas, podem auxiliar nas competências de suas funções na rotina de trabalho.
A colaboradora que atua como gerente de processos na empresa, Paloma Rispoli, atesta os benefícios da política Pet Friendly e explica a importância de se ter um ambiente organizacional que proporcione benefícios de bem-estar para evitar adoecimento. “Eu já tive Burnout em 2019, quando nem era reconhecida como uma doença ocupacional, e acho que todos que já passaram por isso sabem o desafio de nos policiarmos para manter uma rotina saudável e não deixar a ansiedade ou cansaço voltar”, alerta.
Em um ambiente de trabalho como um contact center, onde há uma interação constante com clientes, a presença de animais de estimação pode ser benéfica, como explica a idealizadora do projeto, Elen Cruz. “A permissão dos pets faz com que as companhias deste segmento proporcionem um ambiente mais relaxante e humanizado, contribuindo significativamente para o bem-estar mental e emocional da equipe. O contato com diversos tipos de animais aumenta a sensação de felicidade e promove um clima mais positivo, o que, por sua vez, impacta na qualidade das interações com os clientes em diversos formatos de prestação de serviços e modalidades que os funcionários atuam”, conta.
Uma pesquisa da Nestlé Purina, nomeada como “Pets at Work”, revelou um dado interessante sobre a preferência dos Millennials em suas decisões profissionais. A notícia foi que 41% deles escolheriam uma empresa que permitisse a presença de animais de estimação se comparada com outra que não tivesse a opção.
Para a diretora de RH da Foundever, Adriana Wells, essa estatística demonstra o crescente interesse dessa geração em conciliar a vida profissional com a paixão pelos pets, evidenciando o potencial das políticas Pet Friendly como atrativo para atuais e novos talentos.
“O papel do RH vai além de oferecer benefícios tradicionais. Hoje, é fundamental focar em benefícios emocionais, que realmente fazem a diferença na vida dos colaboradores. Não basta mais contar com o pacote padrão, como plano de saúde ou odontológico, 13º salário, que já são comuns no mercado. O diferencial está em oferecer algo a mais, como iniciativas que cuidem da saúde emocional, incluindo terapias semanais gratuitas e outras formas de acolhimento. Além de iniciativas como o Pet Friendly, que promovem um ambiente de trabalho mais leve e familiar, o investimento em bem-estar emocional fortalece a conexão com a vida fora do escritório. Mesmo quem não traz seu pet ou não possui um, se beneficia do clima positivo gerado, criando um ambiente mais acolhedor e saudável para todos. Essas ações contribuem para a retenção de talentos e para um ambiente de trabalho mais harmonioso”, relata.
As especialistas também listam alguns pontos que devem ser observados pelas empresas e colaboradores na adoção da política Pet Friendly.
1- Identificar o segmento da empresa e formato de trabalho dos colaboradores: antes de cogitar aderir à cultura de aninais de estimação dentro do ambiente corporativo, é necessário analisar se o formato de trabalho desses funcionários, ambiente em que ficam próximos e, até mesmo, o trabalho que desenvolvem não serão afetados com a presença de pets;
2- Identificar os animais permitidos e como são tratados em casa: nesta etapa é importante entender o comportamento de cada animal e quais são os tipos de animais que esses colaboradores interessados têm. Assim será possível identificar quais são os mais adestrados, cultura de cada pet com outros pets diferentes ao lado e, até mesmo, ruídos que possam atrapalhar no lugar;
3- Criar um rodízio de animais: a ideia é que o responsável por essa política tenha entendimento sobre o perfil de cada espécie participante no programa e consiga identificar os tipos de animais que mais emitem sons, movimentos no ambiente e que possam gerar conflitos. Com isso, será mais assertivo dias alternados para não causar desconforto em outros colaboradores ou superlotação;
4- Faça uma cartela de boas práticas: neste manual deverá ser listado o que é bem-vindo e o que não é considerado legal fazer ou trazer para os animais. Essa cartela deverá ser feita para os colaboradores participantes como, também, para os que não trazem seus pets para o escritório. A ideia é que o documento, antes de ser criado, seja colaborado em forma de audiência e ouvidoria por grande parte da companhia;
5- Use a tecnologia a favor: ter aplicativos para agendamento da ida dos pets ao trabalho, além de disponibilizar os resultados das boas práticas do animal dentro da organização, podem ser formas de engajar corretamente esse formato de benefício trabalhista e, também, fortalecer a comunicação para evitar problemas de falta de disciplina vindo dos donos e seus animais;
6- Faça um evento ou cerimonia para lançar o programa: além de ser uma ação de engajamento, em horário de serviço, criar um evento pode ser algo que fortaleça relações de colaboradores que não gostam tanto da ideia de ter um pet por perto, mas também, para passar mais confiança que o benefício é algo realmente fomentado, estudado e que busca os melhores resultados para todos;
7- Colete dados para comprovar a eficácia do programa e criar novos projetos: o monitoramento dos resultados, por meio de dados fornecidos pelos recursos humanos, pode ser algo positivo para identificar melhorias e, também, progresso. Por exemplo, ao mapear e cruzar números de produtividade, queda em absenteísmo entre outros números, a métrica servirá para fomentar mais essa política e enraizar novas culturas de bem-estar.
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