O comércio varejista teve a quarta alta mensal seguida em agosto com o crescimento de 3,4% no período. Na comparação com o mesmo período no ano passado, o comércio cresceu 6,1%, terceiro resultado positivo seguido. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira (8) pelo IBGE.
Com o resultado, o setor atinge o maior patamar de vendas desde 2000, ficando 2,6% acima do recorde anterior, de outubro de 2014, como conta o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
“O varejo em abril teve o pior momento, com o indicador se situando 18,7% abaixo do nível de fevereiro, período pré-pandemia. Esses números foram sendo rebatidos nos meses seguintes, até que em agosto o setor ficou 8,2% acima de fevereiro”, explica o gerente da PMC, Cristiano Santos.
Para o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), José César da Costa, o resultado da pesquisa não foi uma surpresa. “Sabíamos que a flexibilização das medidas de restrição traria fôlego ao setor varejistas e, ao mesmo tempo, já tínhamos verificado que a ajuda proporcionada pelo Auxílio Emergencial estava surtindo um efeito virtuoso na economia”, diz José César.
Segundo o presidente da CNDL, as medidas governamentais tiveram grande apoio das entidades representativas do comércio e serviço, que atuaram ativamente para aprovação e aperfeiçoamento das propostas. “As lideranças empresariais, como as da CNDL, fizeram um grande esforço junto aos parlamentares para encontrarem as melhores saídas para a crise”, diz. “Essa parceria foi fundamental para o resultado fantástico que vemos agora”.
Para o dirigente, a capacidade de adaptação do varejo brasileiro às novas necessidades do consumidor deve ser destacada. “O comerciante foi rápido ao perceber que a digitalização e a adoção de novos serviços como o delivery seriam determinantes para a continuação dos negócios”, explica o dirigente.
Desempenho por atividade
Cinco das 8 atividades pesquisadas tiveram alta na passagem de julho para agosto. Entre as que apresentaram maior crescimento estão tecidos, vestuário e calçados (30,5%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (10,4%), móveis e eletrodomésticos (4,6%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,5%) e combustíveis e lubrificantes (1,3%).
Livros, jornais, revistas e papelaria recuaram 24,7%. O jornaleiro Maurício Souza diz que está sem esperança de melhora nas vendas.
No comércio varejista ampliado, o volume de vendas cresceu 4,6% frente a julho de 2020. Nos últimos 12 meses, o comércio varejista acumula alta de 0,5%.
Com informações da Agência IBGE