O avanço do custo do frete é uma das maiores preocupações para o varejo, afetando não só a lucratividade, mas também a competitividade dos negócios. Dados recentes indicam que o preço médio do frete rodoviário subiu 7% no último ano, de R$ 6,36 para R$ 6,81 por quilômetro, conforme o Índice de Frete Edenred Repom (IFR). No cenário do e-commerce, 30% dos lojistas relatam dificuldades para absorver esse aumento, impactando diretamente o preço final dos produtos e, consequentemente, a satisfação dos consumidores.
De acordo com a Associação Brasileira dos Operadores Logísticos (Abol), o processo logístico, que engloba transporte, armazenagem e serviços administrativos, representou cerca de 18,4% do PIB em 2024. Além disso, as empresas de transporte faturaram aproximadamente R$ 196,2 bilhões, correspondentes a cerca de 1,8% do PIB. Esses números evidenciam a relevância e a complexidade da cadeia logística no Brasil, especialmente para o varejo, que depende majoritariamente do modal rodoviário.
Um fator determinante para a alta dos custos de transporte é o aumento do preço do diesel. Em 2024, o preço médio passou de R$ 5,96 para R$ 6,15 por litro, com um ajuste adicional do ICMS de R$ 0,06 por litro – válido desde janeiro de 2025. Posteriormente, a Petrobras anunciou um reajuste de 6,29%, acrescentando R$ 0,22 por litro, elevando o preço médio para cerca de R$ 6,40. Segundo a NTC&Logística, o diesel representa aproximadamente 35% dos custos operacionais do transporte rodoviário. Além disso, a reoneração gradativa da folha de pagamento, implementada em setembro de 2024, aumentou os custos trabalhistas das transportadoras em cerca de 1,5%, pressionando ainda mais os orçamentos dos lojistas.
Impacto no varejo
O repasse desses custos às empresas transportadoras acaba por impactar diretamente os lojistas, que, em muitos casos, precisam repassar parte desse aumento no preço final dos produtos ou no valor nominal do frete. As expectativas para 2025 indicam que o ciclo de alta nos custos de frete deve continuar. Além das pressões inflacionárias e da alta da Selic, o aumento da demanda do agronegócio também poderá elevar o custo logístico. Assim, para enfrentar esses desafios, o governo e o setor privado têm buscado alternativas.
O aumento dos custos de frete é um desafio crucial que o varejo enfrenta em 2025. Entre as principais causas estão a elevação do preço do diesel, a reoneração da folha de pagamento e a pressão do aumento da demanda do agronegócio. Enquanto alternativas como a expansão do transporte fluvial e a concessão de hidrovias oferecem perspectivas a longo prazo para aliviar a pressão, no curto prazo os lojistas inevitavelmente terão que lidar com o repasse desses custos. Esse cenário exige que empresas e governantes busquem estratégias para minimizar os impactos e garantir a competitividade no mercado.
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