A adoção de práticas ESG (Ambientais, Sociais e de Governança) no setor varejista brasileiro tem se mostrado uma estratégia essencial para empresas que buscam sustentabilidade e relevância no mercado. Embora algumas pesquisas indiquem um nível aumentado na influência do ESG nas decisões de compra dos consumidores, os benefícios para as empresas que incorporam essas práticas permanecem significativos.
De acordo com levantamento realizado pela Mosaiclab em parceria com o Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), houve uma redução na importância das práticas ESG no comportamento de compra dos brasileiros, passando de 50% em 2023 para 43% em 2024. Essa queda pode ser atribuído a desafios econômicos que levam os consumidores a priorizarem preço e conveniência.
Apesar dessa tendência, as empresas que investem em ESG continuam a colher benefícios notáveis:
- Fidelização: mesmo com a redução mencionada, uma parcela significativa dos consumidores brasileiros ainda valoriza práticas sustentáveis. Estudos indicam que 46% dos brasileiros se preocupam com ESG no varejo, e muitos estão dispostos a pagar mais por produtos que demonstrem transparência em seus impactos ambientais e sociais.
- Maior desempenho: empresas que integram sustentabilidade em suas operações financeiras tendem a apresentar desempenhos superiores a longo prazo. Os relatórios apontam que as empresas no Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa registraram um crescimento acumulado de 61% nos últimos oito anos, superando aqueles que não adotaram tais práticas.
- Investimentos: investidores estão cada vez mais atentos às práticas ESG das empresas. Negócios que demonstram compromisso com sustentabilidade e responsabilidade social tendem a atrair mais investimentos, garantindo recursos para expansão e inovação.
Desafios
Implementar práticas ESG no varejo brasileiro não é isento de desafios. Muito pelo contrário. Exige uma mudança cultural dentro das empresas. Desde a alta liderança até os colaboradores, é necessário um engajamento profundo para que os valores ambientais, sociais e de governança sejam incorporados ao dia a dia do negócio.
Além disso, as empresas precisam se manter atualizadas sobre legislações ambientais e sociais, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que impacta diretamente o setor varejista.
Porém também há boas estratégias que podem ser adotadas para transferência de ESG no comércio, como a redução na pegada de carbono nas entregas, utilizando transporte elétrico ou priorizando fornecedores locais, é uma maneira de minimizar o impacto ambiental. Além disos, é possível fomentar um ambiente inclusivo e investir em treinamento para colaboradores é fundamental para fortalecer o pilar social do ESG.
Implementar códigos de conduta e criar canais de denúncia confiáveis são práticas que demonstram compromisso ético e fortalecem a confiança no mercado. As empresas podem investir em tecnologias como blockchain para rastrear a origem dos produtos, garantindo que os consumidores tenham acesso a informações claras sobre a sustentabilidade da cadeia de produção.
O futuro
O futuro aponta para um consumidor mais atento e exigente, especialmente as novas gerações, como a Geração Z, que priorizam marcas alinhadas com seus valores éticos e ambientais. Além disso, iniciativas globais como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e compromissos climáticos, como o Acordo de Paris, continuarão a moldar as expectativas das empresas em relação à adoção de práticas sustentáveis.
O ESG não é apenas uma tendência, mas uma necessidade estratégica para empresas varejistas que desejam prosperar no longo prazo. Ao alinhar seus valores à sustentabilidade, ao impacto social positivo e à governança transparente, o varejo se posiciona como um setor capaz de liderar mudanças significativas na economia e na sociedade. Para empresas que pensam no futuro, investir em ESG é mais do que uma escolha inteligente — é uma obrigação para a permanência no mercado.
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