Lidar com falhas técnicas, seja como líder ou com seus liderados, é um desafio inevitável em qualquer ambiente de trabalho. A forma como essas situações são gerenciadas pode influenciar diretamente o clima organizacional e a eficácia da gestão. Por isso, é fundamental adotar uma postura que valorize a transparência, a responsabilidade e o aprendizado contínuo, criando um ambiente de confiança e colaboração.
Um líder eficaz precisa ser capaz de lidar com os erros dos colaboradores de maneira construtiva, transformando esses momentos em oportunidades de aprendizado e crescimento. Ao lidar com os erros de maneira positiva, o líder não só ajuda os colaboradores a crescer, como reforça um ambiente de trabalho resiliente, adaptável e orientado para o sucesso.
Valioso aprendizado
Já sabemos que o líder não é alguém perfeito, não é mesmo? Quando um líder assume a responsabilidade por suas próprias falhas, demonstra humildade e abre espaço para que os liderados também se sintam à vontade para admitir seus erros. Essa atitude favorece um ambiente onde a melhoria contínua é incentivada e as soluções são construídas coletivamente. Além disso, ao tratar as falhas com empatia e compreensão, o líder reforça a confiança da equipe, promovendo um senso de segurança psicológica essencial para o engajamento, algo sempre buscado pelas empresas.
Por outro lado, a forma como as falhas são abordadas pode ter um impacto negativo se não for conduzida com cuidado. A penalização excessiva dos erros pode gerar um ambiente de medo, onde os colaboradores se tornam avessos ao risco e, consequentemente, à inovação, afetando diretamente a rentabilidade da empresa. Isso pode, também, levar à estagnação e à perda de oportunidades de crescimento, tanto para os indivíduos quanto para a organização como um todo.
O que fazer?
O melhor caminho para lidar com falhas técnicas é adotar uma abordagem equilibrada e construtiva. É importante criar um ambiente onde os erros possam ser discutidos abertamente, sem medo de punições desproporcionais. Isso inclui oferecer feedbacks claros e objetivos, focados em soluções e no desenvolvimento das competências e habilidades (soft skills) dos colaboradores. Além disso, ao reconhecer as contribuições e o esforço da equipe, mesmo diante de falhas, o líder reforça o valor de cada liderado e fortalece o vínculo de confiança, que é essencial.
Também é crucial que o líder demonstre empatia e esteja disposto a ouvir as dificuldades enfrentadas pelos liderados. Isso não só ajuda a identificar as causas subjacentes das falhas, mas também mostra que a liderança está comprometida com o crescimento e o bem-estar da equipe. É preciso lembrar que o comprometimento dos colaboradores é significativamente maior quando eles se sentem apoiados em seus desafios, o que contribui para um ambiente de trabalho mais saudável, produtivo e rentável.
Gestão humanizada
Para se obter uma gestão mais humanizada é essencial que o líder seja um exemplo de transparência e responsabilidade. Admitir suas próprias limitações e buscar soluções conjuntas fortalece a cultura de aprendizado contínuo, de respeito mútuo e colaboração. Esse tipo de liderança não só humaniza as relações no ambiente de trabalho, mas também inspira os colaboradores a se dedicarem mais, sabendo que fazem parte de uma equipe que valoriza o crescimento individual e coletivo.
Por David Braga, conselheiro de administração e professor da Fundação Dom Cabral
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