Estima-se que a população canina e felina brasileira já atinge 149 milhões de bichinhos e os laços de afeto com os humanos estão cada vez mais reforçados. O termo “família multiespécie” surgiu desta nova tendência, na qual os “pets” são tratados como filhos. Por isso, para prover bem-estar e reter talentos, cada vez mais empresas estão proporcionando benefícios como plano de saúde veterinário, licença “PETernidade” – que libera os funcionários durante alguns dias, caso seu animal fique doente – e até um aplicativo que monitora a saúde e o dia a dia do animal doméstico.
Sete em cada dez brasileiros têm animal de estimação
Matéria publicada no site da Fast Company mostra que Nestlé, P&G, Stefanini, Gerdau e Magalu foram algumas das companhias que acrescentaram planos de saúde veterinários em sua lista de benefícios para funcionários. Segundo a Petlove, empresa com maior participação no mercado de assistência veterinária no Brasil, sete em cada dez brasileiros têm “pets”. E no último ano, houve aumento de 160% na base de empresas que contratam os planos veterinários da Petlove.
“O movimento da sociedade é maior do que qualquer outro. A empresa precisa olhar e compreender como responder a essas mudanças”, defende o chefe de Recursos Humanos da Petlove, Bruno Junqueira.
Número de “pets” cresceu durante a pandemia
O número de animais domésticos em lares brasileiros cresceu 30% na pandemia, indica a pesquisa Radar Pet 2021, organizada pela Comissão de Animais de Companhia (COMAC) do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal (Sindan). As relações de carinho não param de crescer. Segundo a Radar Pet 2023, 24% dos donos de animais já consideravam o bichinho como ‘filho’ naquele ano, contra 18% em 2018.
Tanto afeto pode mudar a legislação ligada ao trabalho. Há discussões avançadas na Câmara dos Deputados para alterar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de modo a incluir os planos de saúde para animais domésticos entre os benefícios para funcionários. São ações propostas pelo Projeto de Lei 5636/23 que, no momento, está na Comissão de Trabalho na Câmara, com boas chances de passar. A ementa do projeto, de Felipe Becari (União/SP), “altera a legislação trabalhista e previdenciária para dispor sobre a concessão de plano de custeio de serviços veterinários pelo empregador”.
App monitora bem-estar animal
Algumas companhias também oferecem serviços de cuidado “pet” via app. A startup gaúcha Flockr tem um aplicativo para monitorar a saúde e o dia a dia do animal doméstico. Com mais de 70 mil cadastros, o app está crescendo em público empresarial. Companhias como a Gerdau, no Rio Grande do Sul, oferecem as áreas pagas do aplicativo para os colaboradores cuidarem da saúde de seus animais de estimação.
“O pet já tem lugar no coração das pessoas. A empresa que oferece esse diferencial ganha na questão de vínculos com os funcionários”, diz o CEO e fundador da Flockr, Matheus Frozzi Alberton. Fazendo um balanço, quase 6% das empresas com o selo da Great Place to Work – consultoria que analisa as melhores companhias para trabalhar – no país oferecem parceria com clínicas veterinárias e petshops e 10% dão descontos em lojas de produtos e serviços para animais. Para 46% dos gestores de RH dessas companhias, o plano veterinário é visto como benéfico. Segundo pesquisa feita pela Nestlé, 41% dos funcionários millennials, por exemplo, escolheriam uma empresa pet-friendly em detrimento de outra.
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