A média de extorsão por ataque de ransomware ultrapassou US$ 5,2 milhões este ano, conforme análise feita pela Compari Tech, empresa especializada em segurança digital. As grandes corporações têm sido vítimas desse ataque cibernético, que consiste no sequestro de dados para a solicitação de um valor de resgate.
De todos os ataques de ransomware realizados entre janeiro e junho no mundo, a maior vítima foi a farmacêutica indiana RCC Laboratories, que efetuou o pagamento de US$100 milhões. Em seguida estão a Synnovis, prestadora de serviços de patologia britânica, chantageada em US$ 50 milhões e a varejista canadense, London Drugs, que foi obrigada a pagar US$ 25 milhões.
As cifras são motivos de preocupação, já que demonstram aumento em comparação com o ano anterior. Levantamento realizado pela Express VPN, especialista em segurança e privacidade digital, mostra que o custo médio dos ataques foi de, aproximadamente, US$ 4,54 milhões, sem incluir as despesas de recuperação. A prática criminosa impactou 72,7% das organizações globalmente.
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) alerta que esse tipo de ciberataque é considerado a maior ameaça on-line para as empresas e os órgãos públicos, representando mais da metade das tentativas de ataques cibernéticos realizados em todo o mundo.
Esse malware age como um sequestrador do mundo digital que, ao entrar em um dispositivo, criptografa arquivos digitais e os mantém reféns, exigindo uma quantia de pagamento para a liberação.
Há diversas maneiras utilizadas para a invasão, como o envio de e-mails que induzem os usuários a clicar em links maliciosos, baixar arquivos nocivos ou instalar aplicativos vulneráveis. Assim que baixado, o programa controla o computador da vítima e consegue bloquear sistemas.
Vulnerabilidade é a porta de entrada para invasões
A principal causa de ataques cibernéticos é a exploração de vulnerabilidades de companhias, como as brechas de sistemas e máquinas desatualizadas. No Brasil, 49% das empresas que sofreram ataques de ransomware afirmam que essa foi a porta de entrada.
O vazamento de logins e senhas vem logo em seguida e o recebimento de e-mail malicioso aparecem em seguida, responsáveis por 28% e 23% dos ataques, respectivamente. Os dados são de um estudo da Sophos, desenvolvedora e fornecedora de software e hardware de segurança.
Ao perceberem as vulnerabilidades, os cibercriminosos conseguem identificar alvos potenciais. Por isso, as empresas devem reforçar os esquemas de defesa para fortalecer a segurança de dados, monitorando ameaças, criptografando informações confidenciais e controlando acessos.
Segundo a Serasa, empresa de análises e informações para decisões de crédito, é necessário aplicar políticas de verificação e proteção em cada estágio de interação digital, interno e externo, à organização, para dificultar a operação dos invasores. O computador em uso deve ter antivírus instalado, com a proteção de ameaças ativada e atualizada.
Ao receber um e-mail ou Whatsapp, a orientação é que a autenticidade do endereço do remetente seja checada. Caso não seja identificada a origem, a mensagem deve ser deletada sem ser aberta. O mesmo precisa ser feito ao passar o cursor sobre um link para ler a URL ou endereço, que não deve ser clicado se não for familiar.
Investimento em cibersegurança ainda é baixo
O estudo “Barômetro da Segurança digital”, encomendado pelo Mastercard ao Instituto Datafolha, revelou que 64% das empresas brasileiras são alvo de fraudes e ataques digitais com média ou alta frequência. Entretanto, 23% das organizações apontaram que medidas de proteção de dados ainda não fazem parte da prioridade do orçamento.
Apenas 35% das empresas têm uma área própria de cibersegurança, mas 79% afirmam ter um plano de resposta a um possível ataque cibernético. Apesar disso, somente um terço realizou testes preventivos nos três meses anteriores à pesquisa.
Em situações de ataques, o Sebrae alerta que as empresas precisam ter um plano de gestão de crise para se resguardar. O documento deve conter as medidas adotadas para resolver o problema. Além disso, é aconselhável que as organizações estejam preparadas para comunicar o fato aos colaboradores e outros públicos de interesse.
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