Reforma Trabalhista e Lei da Terceirização dão novo tom às relações de trabalho

Em meio a um cenário marcado por mudanças legislativas, devido à Reforma Trabalhista e à Lei da Terceirização, e instabilidades políticas e econômicas, as relações de trabalho ganham uma nova configuração, desafiando empresas e profissionais a se adaptarem às novas demandas do mercado. Diante desse panorama, surge a necessidade de uma análise profunda sobre as implicações dessas transformações e como elas impactam diretamente o dia a dia das organizações.

A Reforma Trabalhista e a Lei da Terceirização são apenas dois dos elementos que estão redefinindo o cotidiano das relações laborais. Entre as questões acerca delas, estão as dúvidas sobre como as empresas estão respondendo a essas mudanças e o que já foi feito ou está em curso a respeito.

Reorientando as ações

Mais do que simplesmente entender o que está acontecendo após a Reforma Trabalhista e a Lei da Terceirização, é preciso compreender por que as decisões são tomadas e como é possível aprimorá-las. Por isso, a reflexão se torna uma ferramenta essencial. Ao refletir sobre as práticas adotadas, os profissionais são capazes de reorientar suas ações, preparando-se para os desafios que o futuro das relações de trabalho reserva. Afinal, em um mundo em constante transformação, a capacidade de adaptação e inovação é o que diferencia as organizações que prosperam daquelas que ficam para trás.

A promulgação das leis 13.429/17 e 13.467/17, que permitiram a Reforma Trabalhista e a terceirização do trabalho, até hoje é alvo de multa polêmica. Para o site Jusbrasil, por exemplo, a permissão de terceirização em qualquer área da empresa tornou a modalidade “extremamente benéfica para os empregadores e prejudicial para os empregados”. Já para a Fecomércio São Paulo, as leis dirimiram dúvidas jurídicas e reduziram a litigiosidade entre empregados e empregadores.

Negociações e custos

Divergências à parte, as mudanças legislativas criaram um novo cenário para as empresas lidarem com as relações de trabalho. As mudanças implicam muitas negociações e custos trabalhistas. Neste novo contexto, o coordenador do Programa de Atualização em Gestão de Relações do Trabalho, da FDC e Head Labor Relation da Vale S/A, , André Teixeira, explica que hoje um dos maiores desafios das empresas é encontrar profissionais preparados para conduzir as relações trabalhistas. Como consequência, muitas companhias vêm cedendo a pressões por falta destes profissionais, o que leva ao aumento de custos.

Segundo ele, é preciso mostrar como investir em relações trabalhistas como uma forma de controlar os custos e manter um clima organizacional harmônico nas empresas. André Teixeira explica que profissionalizar as ações de relações trabalhistas, qualificando melhor os profissionais, é uma forma de buscar o equilíbrio entre “capital e trabalho”.

Relação de confiança

“O novo cenário envolve construir uma relação de confiança com os sindicatos e compreender seus objetivos, além de entender bem o negócio e as estratégias da empresa. É preciso criar uma rede de relacionamento que auxilie o processo de negociação trabalhista da empresa, envolvendo empregados, gestores, sindicatos, órgãos públicos (Ministério do Trabalho e Emprego e Ministério Público do Trabalho), Justiça do Trabalho e outros”, afirma Teixeira.

O professor acrescenta que todas estas relações tornaram-se um trabalho científico que compreende várias negociações. “O trabalho é feito aos poucos, com ações e planejamento ao longo do ano. No lugar de uma única batalha, temos agora várias frentes, várias reuniões de negociação”, diz.

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