Muitos consumidores deixam de pagar as dívida por acreditarem que após cinco anos ela deixará de existir no banco de dados do cadastro nacional de devedores. Assim, o comércio de Campina Grande, que já sofre com os altos impostos cobrados pelo Governo do Estado e com a concorrência do e-commerce, deixa de faturar milhões reais.
Um levantamento realizado pela Câmara de Dirigentes Lojistas – CDL Campina Grande constatou que atualmente 25. 558 campinenses estão com algum registro junto ao Serviço de Proteção ao Crédito – SPC Brasil – por deixarem de honrar com o pagamento de alguma compra. Juntos, esses consumidores devem mais de vinte milhões de reais às empresas em atuação na cidade. Conforme a apuração, o tícket médio das dívidas do consumidor corresponde a R$ 1.032,06.
Dívidas prescritas já correspondem a cifras milionárias
Outra constatação que gera preocupação é que nos últimos seis meses as dívidas de 3.185 consumidores foram prescritas somente em Campina Grande, o que representa a perda de R$ 1. 665.223 no varejo campinense.
Segundo o presidente da CDL, Artur Bolinha, os números causam preocupação para o varejo. “Quando o setor deixa de faturar com as vendas efeuadas porque o consumidor não honrou com o pagamento é o empresário quem vai sentir o peso dessa dívida, pois mesmo sem receber ele vai ter que pagar ao fornecedor e arcar com o pagamento dos salários dos seus funcionários”. Destacou.
A preocupação do dirigente lojista não é por acaso. O número de empresas inadimplentes já ultrapassa os três mil e o vaor das dívidas somadas chegam ultrapassa os R$ 7 milhões (conforme demonstrativo). “Essa realidade também contribuiu para que o número de empresas fechadas aumentasse 12% nos últimos anos, em Campina Grande, segundo a Secretaria da Micro e Pequena Empresa”, disse.
É verdade que a dívida prescreve após cinco anos?
De acordo com o Código Civil, o nome de uma pessoa só pode ficar por no máximo 5 anos no cadastro de inadimplentes. Este limite vale para cada uma das dívidas contraídas e não pagas. Mas isto não significa que a dívida deixa de existir. Se o credor cobrar judicialmente a dívida, ela nunca irá prescrever. A dívida só prescreve se não for cobrada.