Efeito covid-19: mais de 800 empresas se tornaram endividadas em Campina Grande

 

Em meio a pandemia de covid-19 o Brasil tenta se recuperar dos prejuízos econômicos ocasionados a partir da chegada do novo coronavírus ao país. Milhares de micro e pequenas empresas tiveram que fechar suas portas por não conseguirem sobreviver ao período de isolamento social e por não receberem incentivos imediatos por parte dos governos para se protegerem contra a crise.

Em meio ao caos provocado pelo novo coronavírus, de janeiro a junho de 2020, 844 empresas adquiriram alguma dívida e se tornaram inadimplentes, somente em Campina Grande. O número é 12% menor que o registrado no mesmo período do ano passado, quando 886 empresas estavam com alguma dívida.

No entanto, a inadimplência neste ano ainda pode aumentar e até mesmo ultrapassar os dados de 2019 tendo em vista que a Medida Provisória 675/2020 que suspendia a negativação dos nomes nos cadastros de inadimplentes vigorou a partir de 20 de março e somente foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro apenas em 01 de julho, assim, muitos credores ainda não tiveram como efetuar as negativações.

Outro dado preocupante diz respeito ao número de empresas que conseguiu se livrar das dívidas adquiridas no período da pandemia e até antes mesmo da crise ter início. De janeiro a junho apenas 547 empresas se livraram das contas em atraso contra as 737 exclusões registradas no mesmo período de 2019. Correspondendo a redução de 26%.

Atualmente 3.652 empresas campinenses acumulam alguma dívida e estão com o CNPJ restrito no cadastro de inadimplentes do SPC Brasil. Se somadas, as dívidas das empresas ultrapassa os 12 milhões de reais (R$ 12.141.772,50).

Mais de 27 mil campinenses seguem no cadastro de inadimplentes do SPC Brasil

Durante o primeiro semestre do ano os consumidores campinenses se endividaram abaixo da média, quando comparado com o mesmo período em anos anteriores. De janeiro a junho, 3.781 pessoas tiveram algum registro incluso no cadastro nacional de devedores do SPC frente aos 6.766 registros efetuados no mesmo período de 2019 – queda de 44%.

O presidente em exercício da CDL, Carlos Botelho, atribui a redução a fatores como o longo período de isolamento social e as medidas provisórias criadas para proteger os inadimplentes.

“primeiramente nós tivemos um longo período com o comércio fechado, o que impediu de certa forma o surgimento de novas dívidas e criou no consumidor a consciência de comprar apenas o necessário. Além disso o surgimento da MP 675/2020 e de outras medidas que beneficiaram o consumidor inadimplente em detrimento ao credor”. Disse.

Atualmente 27.679 consumidores campinenses possuem alguma dívida em atraso no cadastro de devedores do SPC Brasil. Somando todas as dívidas, os campinenses devem juntos mais de 35 milhões de reais (R$ 35.11.677,42). O ticket médio dos devedores corresponde a R$1.508,20. A maioria dos consumidores (54,5%) leva em média mais de noventa dias para quitar as contas em atraso.

* O levantamento foi realizado pela CDL Campina Grande junto ao SPC Brasil no dia 22 de julho de 2020.

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